sábado, 14 de junho de 2008

E pra você, é o que?

Não, o texto não é meu. Mas é da Cristina Guerra, que é dona de um blog que leio sempre(parafrancisco.blogspot.com) e acho fóda. Ela escreveu esse texto pra revista Gloss, edição de junho, e fazia tempo que eu não lia alguma coisa que dizia tanto sobre mim e como sinto, então, cá está.
*O casal citado não são vizinhos...são mais próximos que isso...
Agora lá vai:

"O amor, em alguns toques.

Tive um vizinho que discutia com a namorada três vezes por semana. Eu ouvia tudo. Não por opção: morava no apartamento abaixo. Aquilo era amor ao choro e à reconciliação. Mas não um ao outro.
Difícil saber o que é o amor. Mais fácil saber o que não é.
Um namorado citou Guimarães Rosa: amor é 'descanso na loucura'. Com ele vivi mais a loucura do que o descanso , mas o aprendizado tem que começar por algum ponto. O vizinho devia estar nesse estágio também. Com o tempo vi que ele tinha razão. O namorado, não o vizinho.
Amor é mesmo aquela sensação de voltar pra casa.
Adormecer lado a lado é a grande prova. No dia seguinte, acordar e sentir que está levando alguém com você. Descobrir um sorriso ridiculo no canto da boca. Pronto, encaixou. Feito pecinhas de Lego: diferentes, mas vindas do mesmo mundo.
Lego é gostoso. Quebra-cabeça não.
Amor não é desejo: é feito de. Amor é feito de amor, mas não só.
Amor não tem razão. Ninguém ama pelas qualidades do outro, nem apesar dos seus defeitos. Ama porque o outro é o outro e pronto.
Amor é pacote completo.
Você sabe que é amor quando se descobre cúmplice. Quando tem a coragem de se mostrar. E de se ver. O outro é um espelho. Vai encarar?
Você sabe que é amor quando se entrega. Mas émelhor guardar algo pra si mesmo. Amor não pode ser só para o outro.
Amor é o exercício do não ter. Amar e não ter nada em troca. Porque se é amor, não é em troca. Amor não serve pra nada, não garante nada. Como as boas coisas da vida.
Amor é presença e é falta. Uma não vive sem a outra. Amor é liberdade. Gostoso é saber que o outro, com tantas opções, escolheu você mais uma vez.O que fazer pra que amanhã ele faça a mesma escolha? Mantenha-se distraído.
Amor é feito hoje. Da arte de não fazer tudo sempre igual. Da construção. Como revestir parede com aquelas pastilhas bem pequenininhas. No amor é preciso colocar uma por uma. Sem pressa de ver pronto. Para mim, é esse o sentido de amar como se não houvesse amanhã. Menos voraz do que sugere.
Mas posso estar errada. Sou amadora. Amei paredes inteiras. Quanto mais aprendo, menos sei. Gosto é do aprender.
Uma convicção: amor é delicadeza. Eu sempre quis falar isso para o vizinho. Tomara que a namorada dele compre GLOSS neste mês."

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Palavras do coração.

"São sorrisos largos, lagos repletos de azul, corações atentos, ventos do sul
São visões abertas, certas, despertas pra luz, a emoção alerta que nos conduz
Sonhos, aventuras, juras, promessas
Dessas que um dia acontecerão
Você me daria a mão?
Todos esses versos soltos, dispersos
No meu novo universo serão
Palavras do coração
Os artifícios, vícios deixando de ser os velhos compromissos, pra esquecer
São pontos de vista , uma conquista comum, o mesmo pé na estrada de cada um
Sonhos, aventuras, juras, promessas.
Dessas que um dia acontecerão
Você me daria a mão?
Todos esses versos soltos, dispersos
No meu novo universo serão
Palavras do coração"

Quem disse que não falam as flores?

Caminhando no chão cinza, olho pro céu, ainda vejo cinza.
Passo ritmado, embalado na música que está nos meus ouvidos.
Só eu ouço.
Não uso fones.
Nada eletrônico.
A música está em mim.
Alguns desejos de bom dia cruzam comigo, a maioria retribuída com um sorriso.
Sorriso que confirma a certeza desse bom dia.
Chegado o destino. Flores.
Algumas coloridas, a maioria amarelas.
Perfeitas, assim como toda obra divina, incluindo os homens.
Ela me dizem, contam o que não poderia ouvir de nenhuma boca.
Demonstram o que palavra nenhuma explica.
Amor.
Lembrei daquela música, aquela que ontem muita gente também escutou.
'Toda forma de amor vale a pena, toda forma de amor vale amar"
Então que assim seja.
Que seja amor e ponto.
Que seja amor e só.
Que seja amante, amado, amigo.
Que sejam dois, ou um, ou sim.
Que seja o tempo que quiser, fique o quanto puder, vá embora quando precisar.
Volte se eu quiser, se você quiser.
Nada assim sozinho.
São flores.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Fechar os olhos e sumir.

Sei, é eu sei. E agora é difícil saber.
Sei que não está em minhas mãos a solução. Sei que nada mais posso fazer.Sei que não depende mais de mim.
Sei que apesar de tudo, vou ficar bem, que mesmo que não seja legível a todo mundo, minha estória tem um final feliz.Sei que são algumas lágrimas entre centenas de sorrisos.
Sei que são coisas que acontecem, é a vida. Que isso não vai me destruir. Que Ele fecha uma porta e abre uma janela, que o que mereço está reservado e ninguém toca.
Mas repito, agora é difícil saber.
Ter certeza de qualquer coisa agora não me satisfaz.
Que eu seja perdoada pelos pensamentos questionáveis, é impossível não perguntar porquê.
Cheias dessas certezas que me incomodam, por hora, numa mão seguro uma chama.
TOCO FOGO EM TUDO QUE ME CAUSA DOR.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Pode ser loucura, mas não estou sozinha.

Na madrugada em que o Pôker adentrou meu cérebro e me fez ver que a vida não é só truco, rolou uma breve sessão de opiniões científicas na confortável sala de Mariana Cordovani, e sem algum pudor colocamos na mesa coisas que passam pela nossa cabeça e nem todo mundo compreende.
Partindo daí, abriu-se em minha mente um menu, com tudo aquilo que eu achava loucura demais pra compartilhar com outro ser humano.Dentre um e outro, escolhi falar sobre o que eu vejo, e acho que os outros não vêem igual. Tentei colocar de uma forma entendível, pra que ao fim da conversa eu não auto-afirmasse minha loucura. Acredito ter feito isso com sucesso, mas no dias decorrentes a dúvida permaneceu...não sabia ainda que isso seria temporário.
Pois então, eis que sem esforço algum, menos ainda busca no oráculo Google, o destino serelepe, vem até mim, mostrar-me que sou das mais normais, neste mundo insano.
Leia e acredite, se puder:

A realidade realmente existe?

Nem as cores existem na natureza nem nossa mente reflete fielmente os que nos rodeia. A realidade é proporcional ao número de seres humanos, posto que o que cada um percebe é filtrado e deformado pelos sentidos objetivos e a mente subjetiva.
O mundo visual que nos rodeia é uma ilusão? É verdade que as cores não existem na natureza? Nosso cérebro reflete fielmente a realidade exterior? As respostas a essas perguntas demonstram que a realidade é um conceito bastante subjetivo, já que muitas das coisas que observamos não existem ou, pelo menos, não são como as enxergamos.
O coquetel de estímulos provenientes do interior e do exterior de nosso corpo e que captamos por meio dos cinco sentidos varia sutilmente de uma pessoa para outra, já que a estrutura, as diferenças e as alterações dos órgãos sensoriais de cada um fazem com que, por exemplo, vejamos e escutemos de forma diferente, tanto que não exitem duas percepções iguais do real.
Se essa percepção objetiva, por sua vez, é alterada pela interpretação subjetiva do que somos, acontece e nos rodeia, com base em nossa bagagem de aprendizados e experiências, podemos concluir que a realidade é algo tão pessoal e único como as impressões digitais.
Segundo o neurocientista Francisco J. Rubia, autor do livro "¿Qué sabes de tu cerebro?" ("O que seu cérebro sabe"), "antigamente se achava que o cérebro refletia de forma fidedigna o mundo exterior, mas, a cada dia, parece mais evidente que o cérebro é um mundo fechado que traduz os estímulos externos para a linguagem disponibilizada pelas estruturas cerebrais, dando uma versão interna ou uma representação da realidade exterior".
O mundo visual é uma ilusão?
É o que parece. As imagens, que se formam nas duas retinas dos olhos, são distorcidas, pequenas e invertidas. Além disso, o poder de resolução do olho é limitado e disforme, já que, fora do ponto de maior acuidade, é baixo e a retina é praticamente cega para as cores.
O olho, além disso, se movimenta constantemente de um ponto para outro do campo visual, de três a quatro vezes por segundo, o que faz o órgão criar um montão de novas imagens.
Por outro lado, é conhecida a importância da atenção para a percepção de qualquer sensação: por exemplo, se não temos atenção, não vemos.
Além disso, o cérebro "completa" a percepção das coisas que não são vistas, como a visão de um cachorro inteiro atrás de uma cerca, embora só vejamos partes do animal.
Mas, talvez o mais importante, seja constatar que muitas das coisas que vemos são criações do cérebro. As chamadas "ilusões óticas" são inúmeras e dizem "a gritos que o cérebro vê o que quer ver, por isso somos incapazes de captar o que costumamos chamar de 'realidade'".
As cores não existem. A natureza não tem mais que diferentes comprimentos de onda. A audição, a visão, a percepção da cor ou do som... Tudo depende do nosso cérebro e da organização espacial das estruturas que processam esses estímulos.
Além disso, o processamento cerebral das características ou propriedades dos diferentes estímulos do ambiente, como a qualidade, a intensidade, sua estrutura temporária e local de procedência, podem variar, devido às estruturas e células nervosas que os recebem e transportam.
Na visão cromática, intervêm receptores que captam os diferentes comprimentos de onda do espectro electromagnético (azul-violeta, verde, e amarelo-vermelho) e células que produzem as sensação de contraste entre as cores.
No final de todo o processo, o cérebro atribui uma determinada cor à atividade dos receptores e de todas as células que há até a informação chegar a um região denominada córtex visual. Mas um comprimento de onda não se transforma no cérebro em uma determinada cor. Não há uma correlação clara entre as duas coisas.
Presos dentro de nós mesmos
Nosso cérebro, então, reflete a realidade exterior? Para Rubia, esta pergunta tem um categórico "NÃO" como resposta.
"Existe uma realidade exterior, mas tudo o que vemos, ouvimos, cheiramos, sentimos está dentro de nós mesmos. É o próprio cérebro que está sempre falando com a gente", destaca.
Segundo o cientista, "graças às transformações que os receptores dos estímulos externos realizam, graças à tradução dos estímulos físicos para a linguagem cerebral dos impulsos nervosos, fazemos com que surja essa realidade, esse mundo que não está fora, mas dentro do cérebro".
A tradução deve ser boa, porque, caso contrário, não teríamos nos adaptado tão satisfatoriamente ao nosso entorno. Porém, estamos presos dentro do nosso cérebro, e qualquer pensamento sobre a captação da realidade é pura ilusão, diz o especialista.
Omar Segura

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Incertezas que confortam.

Me perguntei mais de uma vez.
Achei uma resposta que me aquieta por hora.
Considerei melhor manter-me na reticência da incerteza, que ter por certeza o ponto final, e se antes eu achava que isso era ser injusta comigo mesma, ou com o outro, hoje enxergo como uma trégua, tanto pra mim, quanto pra quem quer precise.
Amanhã será um dia de sol, ou vai chover pra purificar?
Encontrarei um velho amigo, ou minha solidão será a melhor companhia?
A trilha sonora do meu pensamento será serena ou das mais agitadas?
A incerteza é bela...e compõe nossos passos...
O incerto dá medo, frio na barriga, mas que graça teria a vida se não causasse adrenalina?
Amargo seriamos se cheios de certezas fossemos...
Hoje o passo me levou até uma ponte, longa, nublada, onde as tábuas que seguram meus pés mostram que existe um precipício abaixo de mim, elas se movem a cada movimento meu, deixando claro que segurança é uma realidade distante agora.
Porém, nada disso me assustou, nem por um momento.
Porque seja lá o que me espere do outro lado, sou Sol suficiente pra iluminar todo o trajeto, tenho força suficiente pra não precisar de corrimão, e tempo de sobra pra não precisar correr...
Comecei a escrever minha estória faz tempo, e não foi ontem que você entrou de protagonista, portanto não será tão fácil sair de cena...ainda que necessário. Aos poucos é mais fácil, aos poucos eu consigo.
De forma estranha, incompleta e carinhosa, sua incerteza me conforta.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Prazer, eu sou o Pôker.

Sabe feriado que não promete nada?
Encontrava-me num desses...
No meio da tarde uma idéia de cinema que não deu certo, graças à minha dificuldade de locomoção, porém quando se tem uma boa companhia, a noite acontece sozinha.
Edredon, pizza, coca-cola, O todo-poderoso, e truco...
Ao redor, novas pessoas, boas e novas, risos e novas, transparentes e novas.
Novidade, sem excessão, faz bem.
Mas o mais novo ainda estava por vir...
Uma sugestão aceita.
Vinte feijões pra cada um.
Uma breve explicação.
Ele ficou de pé na minha frente, esticou sua mão em minha direção e disse:
-Prazer, eu sou o Pôker.
Três jogadores experientes, malícia no ar.
Não me intimidei...apostava meus feijões sem medo.
Se foram meus vinte feijões, comprei mais dez, se foram os dez, comprei mais nove.
Só parei por aí porque não estava com a chave de casa, mas a esta hora não teria mais onde morar.
Se existe essa de 'sorte no jogo, azar no amor' e vice-versa, ainda nesse fim de semana eu caso.
E só um aviso: me aguardem, esse foi só o começo...finalmente ganhei um vício.Há!